A operação teve início com a prisão em flagrante de três integrantes do grupo que atuavam como “freteiros” e transportavam grandes quantidades de mercadorias estrangeiras ocultas em fundos falsos localizados nos veículos, enquanto viajavam em comboio.
O esquema delituoso iniciava com a negociação direta entre o vendedor da loja situada no Paraguai e o comprador localizado no Brasil. Após a concretização do negócio, as mercadorias estrangeiras entravam clandestinamente no Brasil e eram encaminhadas aos compradores, utilizando-se de “freteiros” e/ou de caminhoneiros. Em seguida, realizava-se o pagamento das mercadorias e do frete em contas bancárias designadas pela loja do Paraguai.
Estima-se que foram internalizados, irregularmente, cerca de R$ 187.000.000,00 (cento e oitenta e sete milhões de reais) em mercadorias, somente nos últimos três anos. Tal fato resultou em prejuízo da ordem de R$ 93.500.000,00 (noventa e três milhões e quinhentos mil reais) aos cofres públicos, em razão de tributos sobre a importação que deixaram de ser recolhidos, além dos danos causados à indústria e ao comércio nacional.
Foram expedidos 69 mandados de prisão preventiva e 101 mandados de busca e apreensão, cuja execução conta com a participação da Receita Federal. Os mandados estão sendo executados em endereços comerciais e residenciais ligados à suposta organização criminosa, nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Sul. A Justiça Federal decretou o bloqueio de contas bancárias e o sequestro de bens vinculados aos suspeitos. Participam da operação, pela Receita Federal, 29 Auditores-Fiscais, 28 Analistas Tributários e 2 servidores administrativos, bem como cerca de 350 Policiais Federais.