Foto: Gabriel Dantas/PEDI
Espécie é considerada como possivelmente extinta nos Pampas e quase extinta nos biomas da Caatinga e da Mata Atlântica, de acordo com ICMBio
O Parque Estadual Dois Irmãos foi o berço de nascimento de um filhote da espécie Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), mamífero classificado como “vulnerável”, na Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção. Garantir a reprodução de animais nessas condições é um dos propósitos do equipamento ambiental do estado.
A equipe do Parque Estadual Dois Irmãos comemora o sucesso do nascimento e crescimento do Tamanduá-bandeira, que veio ao mundo no último dia 4 de julho. Esse processo é fundamental para o aumento populacional da espécie.
Segundo a gerente técnica do Parque, Fernanda Justino, a drástica redução da espécie motivou o Parque a iniciar o processo reprodutivo desses indivíduos.
“Todo zoológico deve ter quatro pilares: educação ambiental, lazer, pesquisas científicas e conservação das espécies. Nesse contexto, o nascimento do Tamanduá-bandeira tem grande valor para a sociedade. No entanto, sua reprodução é apenas o início de uma grande jornada. O animal precisa ser preparado e monitorado para uma futura vida na natureza”, afirma a especialista, indicando que o bebê deve ter vida livre assim que tiver condições.
O nascimento do tamanduá-bandeira no Parque é um indicador que aponta para a qualidade de tratamento e cuidados que os recebem no local. “Quando a espécie tem todas as suas necessidades atendidas – nutricionais, físicos, mentais, ambientais e de saúde -, ela tende a expressar seus comportamentos naturais, como a reprodução”, afirma Fernanda Justino.
A gestação de Tamanduá-bandeira tem aproximadamente 180 dias de duração e gera um filhote por vez. O sucesso com a reprodução dessa espécie no Parque é a primeira etapa dos cuidados para conservação do animal.
Após o nascimento do filhote, uma equipe multidisciplinar foi destinada para os cuidados com o bebê. “Priorizamos que a mãe cuide de seu filhote. Contudo, estamos atentos diariamente ao desenvolvimento clínico e comportamental desse novo indivíduo. A equipe veterinária analisa se está tudo certo com a saúde dele. Já o grupo de biólogos analisa a área comportamental, se o filhote está sendo amamentado ou se ele ganhou peso, por exemplo. É um processo diário e multidisciplinar, que envolve muitos profissionais atentos às necessidades do animal”, conta Júlia Magella, técnica do Parque.
O filhote de Tamanduá-bandeira permanecerá no Parque até atingir a maturidade suficiente para ser destinado a outros locais especializados em soltura de animais. “Encaminhar os animais para outras instituições é importante para o desenvolvimento de ações que viabilizem a vida deles na natureza”, explica Fernanda.