Parceria entre instituições de Pernambuco e Paraíba devolve preguiça reabilitada à natureza

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Após passar mais de dois anos sob os cuidados de equipe técnica do Parque Dois Irmãos, animal está pronto para ser solto em seu habitat natural

Esta semana, Foguinho, o bicho-preguiça (Bradypus variegatus) que chegou ao Parque Dois Irmãos ainda filhote, trazido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio/PB), voltará ao seu estado de origem. O animal atingiu a maturidade necessária para a reintegração à natureza e será solto no fragmento de Mata Atlântica onde se encontra o Parque Zoobotânico Arruda Câmara, conhecido como Parque da Bica, na Paraíba.

Durante o período em que esteve sob cuidados humanos, a equipe técnica do parque, junto com o Instituto Preguiça-da-garganta-marrom, cuidou do animal visando a possibilidade de sua soltura. Quando seus cuidadores constataram que Foguinho estava desempenhando bem as atividades instintivas de sua espécie, como se movimentar em árvores, a equipe decidiu iniciar o processo de reintegração à natureza.

“Normalmente quando os animais vivem sob cuidados humanos, temos que avaliar a possibilidade de soltura e constatamos que no caso dele é possível sim. Então, junto com os órgãos da Paraíba, decidimos soltar a preguiça no fragmento de Mata Atlântica, onde se encontra o Parque da Bica, pois ela se assemelha a nossa e será mais fácil para Foguinho se adaptar. Além disso, o local também facilita a realização do monitoramento necessário do animal, que ainda será necessário”, afirma a gerente técnica de manejo e fauna do Parque Dois Irmãos, Fernanda Justino.

O processo de aclimatação começou a quinze dias, quando o mamífero foi levado ao Parque da Bica, na Paraíba. Lá, uma equipe técnica observou como a preguiça reagiu ao clima do e à alimentação, composta por folhas de plantas locais. Nesse período, também avaliaram como o animal se comportou com o uso de um colar rádio transmissor, utilizado para seu monitoramento.

“Após a soltura na mata, ainda acompanharemos a preguiça por cerca de três meses para avaliar como ela se comporta em vida livre. Se todos os resultados forem positivos, será retirado o colar de transmissão e finalizaremos o trabalho com esse animal”, explica Fernanda Justino.

O sucesso da soltura é resultado da parceria entre o Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres da Paraíba (Cetras-PB), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio/PB), o Parque Estadual de Dois Irmãos, o Parque da Bica e o Instituto do Bicho-preguiça-da-garganta-marrom, que seguem unindo esforços para oferecer bem-estar aos animais e promover a conservação da fauna nordestina.

Foto: Giselle Eleotério/IPGM.
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