Dia Nacional dos Animais alerta para o crescimento da esporotricose

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Nesta quinta-feira (14) se comemora o Dia Nacional dos Animais. Uma data que levanta diversas questões animalistas, entre elas, a do alerta para o crescimento da esporotricose, doença zoonótica que atinge humanos e animais, sobretudo os gatos, como explica a médica veterinária e docente do UniFavip Wyden, Jessica Bandeira.

“A esporotricose é uma doença fúngica causada pelo Sporothrix schenkii, que está presente no solo e em matéria orgânica. Desenvolve-se bem em locais quentes e úmidos, por isso está presente tão fortemente no Brasil, por seu clima tropical. Pode acometer diversos animais, inclusive o homem, geralmente pela implantação traumática do fungo, essa característica tornam os felinos adultos, em especial os machos, mais propensos a desenvolver a doença, pois tem contato frequente com o solo e pode ocorrer a implantação do fungo por meio de mordeduras e/ou arranhaduras, mas comuns nos machos em brigas por fêmeas ou territoriais.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), nos últimos quatro anos houve um aumento de 63,07% nos casos da doença. Os casos passaram de 176 em 2018 para 287 em 2022, e em 2023, em apenas seis meses, foram registrados mais da metade do ano anterior. Por se tratar de uma zoonose emergente a nível estadual, é preciso ficar atento sobre os riscos de transmissão, como explica a médica veterinária.

“A doença pode ser transmitida ao ser humano também por meio de arranhaduras ou mordeduras de animais contaminados, há alguns casos relatados da transmissão apenas pelo contato com regiões de pele previamente fragilizada. Por ser uma doença com potencial zoonótico, deve-se sempre ter cuidado ao manipular animais suspeitos e confirmados, sempre usar luvas, lavar bem as mãos e isolar esse animal durante todo o tratamento”, destaca Bandeira, que finaliza ressaltando os sintomas e o tratamento da esporotricose.

“A principal manifestação clínica desta micose é ferida que não cura ou até mesmo crescimentos que podem ulcerar, na maioria dos casos, em regiões de patas e cabeça do animal. O diagnóstico deve ser feito por um médico veterinário, por meio de exame clínico, anamnese e exames complementares como uma citologia e cultura fúngica. O tratamento é feito com uso de antifúngicos, porém é longo e precisa do acompanhamento veterinário constante”, concluiu.

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