O Futuro em Risco: O Alerta que o Brasil Não Pode Ignorar – Por Thiago Lira

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A situação dos jovens “nem-nem” — aqueles que não estão estudando, trabalhando ou se qualificando profissionalmente — continua preocupante no Brasil, mesmo com uma leve melhora em relação à pandemia. Mais de 20% dos brasileiros entre 15 e 24 anos se encontram nessa condição, um número alarmante quando comparado a outros países emergentes como Argentina (16%), Rússia (12%) e China (12%).

Esse cenário não se limita a uma questão estatística; trata-se de um alerta para o futuro econômico e social do país. Jovens sem emprego e educação correm o risco de ficarem presos em um ciclo de pobreza, sem as habilidades necessárias para mudar suas vidas. Eles não apenas deixam de contribuir para a previdência, mas também impactam negativamente o consumo e o crescimento econômico. Estima-se que, se inseridos no mercado de trabalho, esses jovens poderiam acrescentar R$ 46 bilhões ao PIB brasileiro.

A falta de oportunidades adequadas para essa geração, aliada à pressão social e às expectativas frustradas, contribui para o aumento dos níveis de ansiedade. Esta é, afinal, a geração mais ansiosa da história, e a ausência de perspectivas agrava esse quadro.

É imperativo que políticas públicas eficazes sejam implementadas para reverter essa situação. Investir na juventude é garantir um futuro mais próspero para o Brasil. Não podemos nos dar ao luxo de desperdiçar o potencial de uma geração inteira.

Para além das políticas públicas, é fundamental que o setor privado também assuma sua parte na criação de oportunidades para esses jovens. Ampliar e divulgar os programas de estágios, trainees e capacitação são essenciais para integrá-los ao mercado de trabalho. A sociedade como um todo precisa reconhecer que investir nos jovens é investir no próprio futuro. A inclusão desses talentos é uma responsabilidade coletiva, que, se bem conduzida, poderá transformar desafios em oportunidades, impulsionando o desenvolvimento sustentável do país e garantindo uma sociedade mais equilibrada e justa para todos.

Por Thiago Lira
Economista e especialista em Análise de Dados

Foto: reprodução/Freepik

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