Economia e negócios: lucro da Petrobras, inflação e juros dos EUA moldam cenário

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Nesta sexta-feira, o Ibovespa deve reagir a três grandes eventos econômicos: o aumento de 22% no lucro líquido da Petrobras, a divulgação da inflação oficial brasileira e o corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros dos Estados Unidos, anunciado pelo Federal Reserve (Fed). A nova faixa da taxa de juros nos EUA está entre 4,50% e 4,75% ao ano, e essas movimentações prometem trazer volatilidade ao mercado.

O balanço da Petrobras, divulgado após o fechamento do mercado de ontem, mostrou uma melhora significativa no lucro líquido, mesmo diante da queda nas cotações internacionais do petróleo. O resultado foi favorecido por uma combinação de controle de despesas operacionais e bons resultados financeiros, elevando o otimismo dos investidores.

No Brasil, o IBGE divulgou nesta manhã o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro. A estimativa é de uma alta de 4,72% nos últimos 12 meses, acima dos 4,42% registrados em setembro, ultrapassando o teto da meta de 4,50%. Caso confirmado, esse cenário coloca mais pressão sobre o Banco Central (BC), que pode ser levado a acelerar a alta da taxa Selic para controlar a inflação.

Enquanto isso, em Brasília, continuam as reuniões para a conclusão do pacote de corte de gastos públicos. Há grande expectativa quanto às medidas que podem ser anunciadas para conter o déficit fiscal e promover a estabilidade econômica. Em setembro, o governo central – incluindo Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – registrou um déficit primário de R$ 5,3 bilhões, sem contar as despesas com a dívida pública.

Nos Estados Unidos, a economia parece seguir um “pouso suave”, com sinais de desaquecimento controlado e inflação se aproximando da meta de 2% ao ano. Esse cenário motivou o corte na taxa de juros, reforçando a perspectiva de que uma recessão mais severa pode ser evitada.

Na China, o Congresso Nacional do Povo concluiu a reunião do Comitê Permanente com a decisão de elevar o teto da dívida dos governos locais e discutiu possíveis ações para conter os impactos dos aumentos tarifários esperados pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump.

Apesar da forte alta de 3,48% nas ações da Vale, impulsionada por possíveis estímulos econômicos na China, o Ibovespa fechou a quinta-feira em queda de 0,51%, aos 129.682 pontos. As incertezas quanto ao tamanho do ajuste de gastos pelo governo pesaram sobre o índice. O dólar, por sua vez, terminou o dia estável, com leve alta de 0,02%, cotado a R$ 5,6752.

O contexto global e local ainda é incerto, com diversos fatores influenciando os mercados. Os desdobramentos das decisões econômicas em Brasília, nos Estados Unidos e na China seguirão no radar dos investidores, que buscam maior clareza sobre o rumo da economia global.

Por Thiago Lira

Economista e especialista em Análise de Dados.

Foto: REUTERS/Sergio Moraes

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