Economia e Negócios – Pacote fiscal desidratado e sinalizações do Fed mantêm mercado em pânico

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Nesta quinta-feira, os investidores acompanham a votação do pacote de ajuste fiscal brasileiro no Congresso Nacional e as repercussões das indicações do Federal Reserve (Fed) sobre o ritmo da política monetária nos Estados Unidos em 2025. O Fed anunciou, ontem, um corte de 0,25 ponto percentual nos juros americanos, agora entre 4,25% e 4,50% ao ano, e sinalizou que realizará apenas dois cortes adicionais de 0,25 ponto percentual no próximo ano. Pela manhã, o Banco Central (BC) brasileiro fez um leilão de venda de até US$ 3 bilhões à vista para conter a volatilidade cambial.
A votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) do pacote fiscal ficou para hoje, com expectativa de aprovação antes do recesso parlamentar. Ontem, o texto não conseguiu votos suficientes para avançar. Em contrapartida, o Congresso aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025, que estabelece a meta de déficit zero.

No Brasil, o Relatório Trimestral de Inflação do BC revisou para cima a estimativa de crescimento da economia em 2023, de 3,2% para 3,5%. O documento destaca incertezas relacionadas ao cumprimento das metas fiscais nos próximos anos, mas aponta que a meta do resultado primário do Governo Central para 2024 deve ser alcançada no limite inferior.

Nos Estados Unidos, será divulgada hoje a última leitura do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, com projeção de alta de 2,8%. O Ibovespa encerrou a quarta-feira em queda de 3,15%, aos 120.772 pontos, marcando a maior baixa em um dia desde novembro de 2022. Juros futuros também apresentaram forte valorização, refletindo o aumento da percepção de risco fiscal e a instabilidade nos mercados globais. Preocupações com o cenário fiscal brasileiro continuam a pesar sobre os ativos domésticos.

Por Thiago Lira
Economista e especialista em Análise de Dados.
Foto: Washington Costa/MF

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