Nesta quarta-feira, o mercado financeiro está focado na decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a nova Selic. Esta será a última reunião do ano e também a última sob o comando de Roberto Campos Neto no Banco Central (BC). A expectativa majoritária do mercado é de um aumento de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros, elevando-a para 12%. Entretanto, há especulações sobre um ajuste de até 1 ponto percentual, impulsionado por preocupações com o pacote de corte de gastos públicos e a recente alta do dólar.
Em novembro, o Copom elevou a Selic em 0,50 ponto percentual, para 11,25% ao ano, refletindo a pressão inflacionária. Ontem, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,39% em novembro, desacelerando em relação aos 0,56% de outubro, mas superando a projeção de 0,36%. No acumulado de 12 meses, o IPCA avançou para 4,87%, acima do teto da meta de 4,50% e alcançando o maior nível desde setembro de 2023.
Nos Estados Unidos, o destaque do dia é o índice de preços ao consumidor (CPI) de novembro, que deve indicar alta de 2,7% em 12 meses. O dado será essencial para o Federal Reserve (Fed) definir os rumos da taxa de juros na reunião da próxima semana. Ainda hoje, serão divulgados os números de pedidos de auxílio-desemprego, que também compõem o cenário econômico do país.
No mercado de commodities, o barril do petróleo Brent subia 0,87%, enquanto o WTI avançava 0,93%. O relatório mensal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), com avaliação da oferta e demanda, será divulgado hoje. Os investidores acompanham de perto os impactos dos conflitos no Oriente Médio sobre as reservas globais de petróleo.
No Brasil, o dólar caiu 0,58% ontem, fechando cotado a R$ 6,0469, enquanto o Ibovespa avançou 0,80%, encerrando o dia em 128.228 pontos. O bom desempenho foi impulsionado pelo monitoramento do pacote fiscal em Brasília, que continua a ser um ponto central para os investidores. A decisão do Copom e os dados internacionais manterão o mercado em alta expectativa durante o dia.
Por Thiago Lira
Economista e especialista em Análise de Dados.
Foto: Leonardo Sá/Agência Senado