Economia e Negócios – Banco Central surpreende com alta maior da Selic para combater a inflação

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Nesta quinta-feira, o mercado financeiro repercute a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que elevou a Selic em 1 ponto percentual, alcançando 12,25% ao ano. A medida, mais austera do que o esperado, reflete a postura do Banco Central (BC) para combater a inflação, com sinalização de mais duas altas de 1 ponto percentual, o que levaria a taxa básica de juros a 14,25% em março de 2024.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula alta de 4,87% em 12 meses, superando o teto da meta de 4,50%. A decisão do Copom surpreendeu o mercado, que majoritariamente apostava em um ajuste de 0,75 ponto percentual. O Relatório Focus, divulgado antes da reunião, apontava uma Selic de 12% ao final de 2024, refletindo a mediana das estimativas dos economistas.
No cenário fiscal, investidores continuam acompanhando o andamento do pacote de ajuste proposto pelo governo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, demonstrou confiança na aprovação do plano de corte de gastos na Câmara e no Senado ainda neste ano, o que pode aliviar parte da pressão sobre as contas públicas.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga hoje os resultados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) de outubro, indicador que avalia o ritmo da atividade econômica e o nível de aquecimento do setor.

Nos Estados Unidos, a divulgação do índice de preços ao produtor (PPI) será o destaque do dia. Ontem, o índice de preços ao consumidor (CPI) de novembro apresentou alta de 2,7% em 12 meses, em linha com às expectativas. Esses dados serão cruciais para o Federal Reserve (Fed) decidir a taxa de juros na próxima semana.

As cotações internacionais do petróleo caiam na manhã de hoje, o Brent recuava 0,11% e o WTI tinha baixa de 0,09%. Ontem, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) cortou sua projeção de crescimento da demanda pelo quinto mês consecutivo.

O Ibovespa avançou 1,06% ontem, encerrando o pregão em 129.593 pontos, refletindo otimismo com a política monetária e a perspectiva de aprovação do ajuste fiscal pelo Congresso.

Por Thiago Lira
Economista e especialista em Análise de Dados.

Foto: Leonardo Sá/Agência Senado

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